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Notas de Política – Psol e Rede racham após indicação de vice na chapa do PT

Leia também: Cícero João desaparece da sessão depois de suposta 'rachadinha' vir à tona; CPI chapa-branca não avança; Justiça nega volta de Schiming em Votorantim

Wilma Antunes (Portal Porque)

Federação Psol/Rede havia decidido não lançar um candidato próprio para a chapa majoritária nas eleições de 2024. Foto: Reprodução

Se engana quem acredita que na política sorocabana as brigas se restringem à direita. Após a confusão envolvendo o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) e o deputado estadual Danilo Balas (PL), agora é a vez dos partidos Psol e Rede protagonizarem um racha em sua federação partidária. A vereadora Fernanda Garcia (Psol) deixou claro que a agremiação não apresentaria candidatos próprios para a chapa majoritária, mas a Rede surpreendeu ao indicar Miriam Algarra como pré-candidata a prefeita da cidade.

A candidatura de Miriam já estava em pauta desde outubro de 2023, quando o diretório do partido aprovou a ideia. Inicialmente, havia discussões sobre a possibilidade de sua indicação para vice na chapa encabeçada pelo PT, liderada por Paulo Eustásia. No entanto, essa posição foi ocupada por Magda de Souza (Psol), decisão que, embora tenha sido bem recebida por alguns, gerou descontentamento em outros.

A situação se complica quando se considera que, teoricamente, a federação entre Psol e Rede impediria a indicação de um candidato desses partidos para concorrer em uma chapa majoritária (cargo de prefeito). Em tese, eles deveriam apoiar uma única chapa, que, neste caso, seria a do PT. Isso se dá pelo fato de que as federações são tratadas como uma única entidade política, com o compromisso de apoiar uma mesma candidatura ao longo do mandato, como afirmou a própria vereadora Fernanda durante uma live do programa 20 Minutos (ou mais) com Porque.

Após a indicação de Magda, a Rede reiterou a pré-candidatura de Miriam Algarra nas eleições de 2024 por meio de uma nota oficial em seu perfil no Instagram. O partido sustenta sua escolha com argumentos que destacam a baixa representatividade feminina na disputa para o cargo de prefeita na história da cidade, bem como a necessidade de representação da juventude na política local.

Leia a nota na íntegra:

“Conforme aprovado pelo diretório da Rede Sustentabilidade Sorocaba em outubro de 2023, a Rede segue com a indicação de Miriam Algarra como pré-candidata a prefeita de Sorocaba. Sorocaba não pode seguir em disputas de prefeitura protagonizadas exclusivamente por homens.

Em toda a história da cidade, apenas 3 mulheres disputaram a prefeitura da cidade. Além de mulher comprometida de forma inegociável com a luta por direitos, Miriam também representa a juventude, sempre privada de voz e espaço na política institucional, com exceção de quando operam exatamente da velha maneira que os políticos tradicionais esperam.

A pré-candidatura de Miriam Algarra representa o desejo de mudança, de renovação e de abandono dos vícios políticos que assolam direita e esquerda, que centralizam o poder em torno dos mesmos grupos políticos de sempre, muitas vezes parentes e familiares de lideranças anteriores.

Miriam vem para abrir espaço para novas lideranças e para uma política feita com participação ampla e transparência, predisposição a dialogar com o diferente, com compromisso irrevogável com a ciência, com a justiça ambiental, socioeconômica, racial e de gênero.

Por fim, respeitamos a indicação feita pelo Psol de Magda Souza – professora, liderança sindical e irmã de Raul Marcelo – como pré candidata a vice-prefeita do PT, e destacamos que a decisão final será tomada de forma coletiva pela federação Psol-Rede por meio do diálogo e da colaboração entre os partidos.

Escândalo apareceu, Cícero sumiu!
O vereador Cícero João (Agir), de Sorocaba, é investigado pela Polícia Civil e o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) por suspeitas de participação em um esquema de “rachadinha” em seu gabinete. A bomba estourou primeiro no G1 Sorocaba e Jundiaí, na quarta-feira (17).

No dia seguinte, quinta-feira (18), durante a sessão ordinária na Câmara Municipal, praticamente todos os repórteres que cobrem as reuniões aguardavam ansiosos por Cícero, prontos para fazer perguntas afiadas sobre o escândalo. Porém, para a decepção geral, o vereador não deu às caras no plenário.

Ele foi visto percorrendo rapidamente os corredores do prédio legislativo e, em seguida, desaparecendo no estacionamento. Ao Portal Porque, Cícero afirmou estar “virtualmente presente” na sessão, diretamente de seu gabinete, e que depois teve um compromisso médico.

No entanto, a sua ausência na sessão, um dia após a revelação do caso, não passou despercebida, alimentando as fofocas entre os próprios colegas parlamentares, que não perderam a chance de ironizar a situação.

CPI dos amigos do Manga
Era uma vez uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). O grupo, composto exclusivamente por vereadores aliados do prefeito Manga, foi montado para investigar os contratos entre a Prefeitura de Sorocaba e a família de Jorge Domingos Hial, ex-diretor da Urbes, totalizando R$ 32 milhões. No entanto, essa história parece ter estacionado.

Formada em setembro de 2023, logo após um golpe certeiro nos parlamentares da oposição que também buscavam abrir uma CPI sobre o caso, a comissão pró-governo não registrou avanços significativos e, tudo indica, está destinada a “acabar em pizza”. Vale lembrar que a abertura desta CPI governista foi uma tática dos aliados do prefeito para protegê-lo de punições legais. Em resumo, é como se dissessem: “Vamos fingir que investigamos e manter o prefeito a salvo de qualquer consequência”.

Hoje, sete meses depois, mencionar a CPI para seus próprios membros parece quase um insulto. Ninguém sabe de nada, ninguém divulga nada, e a população simplesmente fica no escuro.

Mas, se você ainda duvida que a CPI está se arrastando a passos de tartaruga, aqui estão os nomes de todos os membros da comissão. Faça o teste e pergunte a qualquer um deles sobre o progresso da investigação. A maioria, provavelmente, não terá ideia do que responder.

  • Presidente: Cristiano Passos (Republicanos)
  • Relator: Pastor Luis Santos (Republicanos)
  • Vinícius Aith (Republicanos)
  • Caio Oliveira (Republicanos)
  • João Donizeti (União Brasil)
  • Dylan Dantas (PL)
  • Rodrigo do Treviso (União Brasil)
  • Fábio Simoa (Republicanos)
  • Silvano Jr (Republicanos)

Justiça nega volta de Schiming
A Justiça jogou um balde de água fria nos planos do vereador afastado Thiago Schiming (PL), de Votorantim, que buscava, por meio de uma liminar, reassumir a presidência da Câmara Municipal. No último dia 19, seu pedido foi negado. Schiming foi afastado por 60 dias pela Comissão de Ética e Decoro Parlamentar devido à investigação de estupro contra a prefeita Fabíola Alves (PSDB).

Segundo a decisão assinada pelo juiz Fabiano Rodrigues Crepaldi, da 1ª Vara Cível de Votorantim, Schiming teve diversas oportunidades para apresentar sua versão dos acontecimentos e se defender das acusações. No entanto, em nenhum momento ele compareceu ou ofereceu sua defesa, mesmo após ser notificado e receber prazos para se manifestar.

O magistrado ressaltou ainda que, embora o judiciário não interfira diretamente em assuntos administrativos, é fundamental garantir que os requisitos de legalidade sejam cumpridos. O pedido de liminar foi negado devido à falta de fundamentos que justificassem a alegação de falta de oportunidade para defesa por parte de Schiming.

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