Um grupo de veterinários de Sorocaba, especializado em resgate técnico de animais de grande porte, está no Rio Grande do Sul para auxiliar o Corpo de Bombeiros nas ações relacionadas à enchente na região de Porto Alegre. A equipe também fica de prontidão para emergências em outras áreas afetadas em todo Estado, que já conta com pelo menos 107 mortes e 136 pessoas desaparecidas. Na terça-feira (08), o grupo foi deslocado com helicóptero para a cidade de Cruzeiro do Sul, a duzentos quilômetros da capital, para o uma ocorrência com uma égua.
Formada por dois veterinários e três auxiliares, com experiência em resgate especializado de equinos e bovinos em situação de emergência, a equipe faz parte do grupo RTA-Brasil (Resgate Técnico de Animais) e viajou atendendo ao chamado do CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária) do Rio Grande do Sul. Os sorocabanos viajaram na segunda-feira (06) e estão alojados na escola do Corpo de Bombeiros de Porto Alegre, dando suporte à corporação.
“Nos contataram por já conhecerem o nosso trabalho no resgate técnico de animais de grande porte e no resgate técnico de animais em geral. Nos deslocamos por via terrestre, com recursos próprios e total autonomia de equipamentos e suprimentos. Estamos dando apoio aos Bombeiros de São Paulo, assim como vários outros grupos que estão aqui”, explicou o veterinário Leonardo Castro, que está coordenando as ações.
Castro informa que nesses primeiros dias trabalharam no resgate de equinos, cães e gatos que estavam isolados, atolados ou ilhados em áreas alagadas. Eles também atuam em ações de monitoramento de risco que envolvem diagnóstico e triagem para a tomada de decisões. “Para algumas demandas, fazemos um monitoramento antes da tomada de decisão do resgate porque é preciso agir com responsabilidade para não aumentar o risco, visto que trabalhamos com animais de grande porte e podem ocorrer acidentes”.
A equipe de Sorocaba se planejou para trabalhar por uma semana no Rio Grande do Sul, mas tem suprimentos para até vinte dias se for necessário. Mesmo com o conhecimento especializado, o grupo também tem se envolvido em outros atendimentos.
“Estamos aqui para atender demanda de animais, mas acabamos nos envolvendo em atendimentos de transporte de mantimentos e de pessoas, visto que estamos no local e nos deparamos com essas necessidades que não são as específicas, mas são necessárias diante de toda essa situação”.
Tragédia em números
Segundo a Defesa Civil estadual, ao menos 107 pessoas já morreram devido a efeitos adversos das chuvas, como inundações, alagamentos, enxurradas, deslizamentos, desmoronamentos e outros. 136 pessoas estão desaparecidas. Pouco mais de 1,47 milhão de pessoas foram de alguma forma afetadas, em 425 municípios atingidos.
Em todo o estado, ao menos 164.583 pessoas foram desalojadas, tendo que buscar abrigo nas residências de familiares ou amigos. Muitas delas seguem esperando que o nível das águas baixe para poder retornar a suas casas. Outras 67.542 pessoas ficaram desabrigadas, ou seja, sem ter para onde ir, precisaram se refugiar em abrigos públicos municipais.
*Com informações da Agência Brasil