O presidente Lula (PT) criticou a cobrança por superávit primário em coletiva de imprensa realizada no Palácio do Planalto nesta terça-feira (23). Para ele, é preciso entender a diferença entre gastos e investimentos.
“O problema no Brasil é que tudo é visto como gasto. Colocar dinheiro na educação é gasto, investir em saúde é gasto. Só superávit primário não é visto como gastos”, disse Lula. O presidente ainda afirmou que gosta mais do Brasil que o mercado. “Não sou movido pelo mercado”, completou.
O encontro com profissionais da mídia, intitulado Café com Jornalistas, foi o primeiro organizado pelo governo este ano. O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, disse que o objetivo da atividade é aprofundar o debate sobre as questões do país e o relacionamento com a imprensa brasileira.
No governo Bolsonaro, a imprensa não tinha acesso a bate-papos como esses, às informações oficiais do governo federal, além de ser frequentemente humilhada pelo presidente.
No ano passado, de forma setorizada, Lula recebeu jornalistas em quatro encontros. “Queremos aproveitar esses encontros para qualificar essa relação do governo com a imprensa, para que possamos também ter uma relação que valorize aspectos importantes daquilo que diz respeito a políticas públicas, ao país, à geração de empregos, ao crescimento da economia”, resumiu o ministro-chefe da Secom.
Questionado sobre sua relação com o Congresso, o presidente disse ser as discussões como lance normal da política. “Estamos em uma situação de muita tranquilidade. Todas as coisas serão aprovadas e todas as coisas serão concordadas, na medida do possível”, disse.
Sobre os rumores de uma reforma ministerial, Lula usou uma analogia com o futebol, destacando que nenhum técnico revela antecipadamente quais jogadores serão substituídos, mas negou planos de mudança: “Meu time está jogando do jeito que eu quero que esteja jogando. Não existe nenhuma previsão de reforma ministerial”, reforçou.