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Idosa com cálculo renal e pneumonia sofre à espera de vaga para cirurgia

Terezinha Nogueira, 76 anos, precisa extrair pedra no rim, está com broncopneumonia e tem agravantes como diabetes e hipertensão enquanto aguarda na UPH da Zona Leste

Paulo Andrade (Portal Porque)

Terezinha Nogueira está internada desde a manhã do dia 23 esperando vaga hospitalar para realizar cirurgia renal. Foto: Divulgação

Faz dois dias que Terezinha Nogueira, 76 anos, aguarda vaga de leito hospitalar a fim de realizar cirurgia para retirada de cálculo (pedra) no canal da urina. Durante a espera, na UPH (Unidade Pré-Hospitalar) da zona leste, a situação dela se agravou e agora ela sofre de broncopneumonia. “O quadro dela é grave, ela está toda inchada, não consegue comer, ela tem diabetes e hipertensão. Até quando ela vai conseguir esperar?”, relata indignada uma filha da paciente, Gisele de Souza Nogueira Carvalho, ao Portal Porque.

Somente este mês, duas pessoas morreram em Sorocaba na fila de espera por leitos hospitalares. Segundo familiares de Terezinha, ela deverá ser encaminhada para a Santa Casa. O Hospital Santa Casa de Misericórdia afirmou à reportagem não saber se a paciente será realmente levada para aquela unidade, pois depende da central de regulação de vagas sob a responsabilidade da Prefeitura Municipal.

A Prefeitura, por sua vez, não responde ao Porque nem mesmo nessa situação prática e urgente sobre onde e quando Terezinha Nogueira será internada.

Gisele, uma das oito filhas da paciente, contou a reportagem que dona Terezinha deu entrada na UPH da zona leste às 9h de terça-feira, dia 23. Após exames foi detectado o cálculo renal e os médicos afirmaram que iriam pedir transferência para um hospital a fim de realizar cirurgia. Porém, na noite do dia 23 a paciente teve complicações respiratórias, teve crise de vômito e foi para a emergência.

Pneumonia e infecção
Ainda de acordo com Gisele, logo após essa crise veio o diagnóstico de broncopneumonia. “Agora minha mãe não consegue se alimentar direito, está com a barriga inchada, o inchaço já chegou até o rosto, a infecção urinária está se agravando. Sem contar a nossa preocupação por ela ser diabética e hipertensa. E nada de acontecer a transferência para o hospital.”

Na nota completa enviada pela Santa Casa ao Porque, o hospital afirma: “A Santa Casa de Sorocaba possui um Núcleo Interno de Regulação, que informa a Regulação Municipal de Leitos, de hora em hora quantos as vagas disponíveis nas Enfermarias e UTI. Dentro das vagas existentes o médico Regulador do Município seleciona o mais crítico conforme conduta e critério médico, onde o mesmo é aceito ou negado pelo Núcleo Interno de regulação da Santa Casa, de acordo com a disponibilidade de vaga do hospital”.

Promessa não cumprida
Eleito em 2020 com a promessa de zerar a fila da saúde em Sorocaba, o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) é denunciado com frequência justamente pelo aumento do tempo de espera, desde um exame de sangue até internações hospitalares urgentes.

As duas mortes na fila de espera por internação aconteceram no dia 7 de abril. Matilde da Silva Feliciano, de 62 anos, fazia tratamento contra um câncer. Ela estava sendo atendida na UPA do Éden, mas morreu antes que liberassem o leito no CHS (Conjunto Hospitalar de Sorocaba).

O outro caso foi de José Roberto Rodrigues, de 64 anos, que havia feito transplante de coração e precisava de novos diagnósticos. Ele foi levado para a UPH da zona oeste no dia 3 de abril e também aguardava vaga no CHS. No dia 7, porém, sem que o leito tivesse sido liberado, José Roberto veio a óbito.

>> Leia mais: Mulher de 62 anos morre aguardando leito em hospital de Sorocaba

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