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Manga gasta R$ 3,5 mi em rescisões para funcionários que continuam na Prefeitura

Ex-diretores de área, cargos que foram extintos pela Justiça, agora ocupam a posição de chefes e assessores de gabinete

Wilma Antunes (Portal Porque)

Portal Porque já mostrou que o prefeito nomeou, para os cargos criados, políticos derrotados nas eleições passadas, suplentes de vereadores de partidos aliados e assessores de vereadores. Fotomontagem: Portal Porque

A Prefeitura de Sorocaba desembolsou mais de R$ 3,5 milhões para pagar rescisões dos diretores de área exonerados no mês passado. Esses cargos, que eram de livre nomeação, foram extintos pela Justiça, em resposta a uma ação movida pelo MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), a partir de denúncias da vereadora Fernanda Garcia (Psol). No entanto, o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) driblou a decisão judicial ao recriar esses cargos, conhecidos como “cabide de emprego”.

De acordo com informações apuradas pelo Portal Porque, 97 diretores de área foram realocados para esses novos cargos, sendo 79 designados como assessores de gabinete e 18 como chefes de gabinete. O montante desembolsado pela Prefeitura para quitar as rescisões alcançou a marca de R$ 3,5 milhões, conforme registros disponíveis no Portal da Transparência.

Dentre os contemplados com cargos comissionados, estão figuras já conhecidas pelo prefeito Manga. Cleber Martins Fernandes da Costa, ex-secretário à frente da Serh (Secretaria de Recursos Humanos), que decidiu lançar sua candidatura a vereador, foi nomeado diretor de área. Após a extinção do cargo, assumiu como assessor de gabinete na Sedettur (Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo), recebendo rescisão de R$ 35,5 mil, e atualmente tem salário bruto de R$ 7,8 mil.

Outro nome presente nessa dança de cadeiras é o ex-secretário Alexandre Caixeiro, que liderou a Sesu (Secretaria de Segurança Urbana). Também candidato ao Legislativo, Caixeiro foi designado como diretor de área e, posteriormente, assumiu como assessor de gabinete na Sequav (Secretaria de Esporte e Qualidade de Vida), com rescisão de R$ 33,5 mil e salário bruto atual de R$ 7.872,79.

Clayton Lustosa, ex-secretário da Sedu (Secretaria da Educação), envolvido em uma disputa política entre Manga e o deputado estadual Danilo Balas (PL), também figura nessa lista. Lustosa foi nomeado diretor de área e agora atua como assessor de gabinete na Sead (Secretaria de Administração), com rescisão de R$ 33,8 mil e salário bruto de R$ 6,4 mil.

Barbara Amanda da Silva Prieto, esposa do chefe de gabinete do vereador governista Dylan Dantas (PL), também foi contemplada com um cargo comissionado. Anteriormente era diretora de área, agora atua como assessora de gabinete na Sedettur (Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo). Sua rescisão foi de R$ 34,9 mil, e seu primeiro salário bruto no novo cargo, segundo consta na folha de pagamento, foi de R$ 9,8 mil.

Além dos ex-vereadores Oswaldinho Duarte, Anselmo Rolim Neto, Rafael Militão e do delegado aposentado André Moron, que também transitaram de diretores de área para assessores de gabinete em diferentes secretarias, outras figuras políticas foram agraciadas com cargos. Murillo Toshio Gracia Menna Hanada, presidente do PSB municipal, e Roberto Natalino Silveira, presidente do diretório municipal do Republicanos, são exemplos dessa prática.

A lista de beneficiados também inclui Henri Jose Arida, que conta com o apoio da comunidade católica em sua pré-candidatura a vereador; Priscilla La Vega Vinolo, que anteriormente atuou como assessora do vereador Cícero João (Agir); Jorge Latuf Filho, ex-assessor do deputado Danilo Balas; Sandro Roberto Rodrigues, analista político e irmão do deputado estadual Vitão do Cachorrão (Republicanos); e o ex-assessor da Câmara Municipal, Rheenan Todero Galero.

Outro lado
A Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Sorocaba não responde às perguntas do Porque, mas o espaço permanece aberto caso queira se manifestar.

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