Busca

Audiência do caso de estupro de adolescente em baile de debutante é adiada para junho

Fabiana Blazeck Sorrilha (Portal Porque)

Adolescente foi estuprada durante um baile de debutantes realizado num clube no centro de Sorocaba. Foto: Reprodução/Ipanema Clube

“Foi uma frustração muito grande porque são muitos anos esperando o andamento desse processo, que pra gente foi uma demora absurda. Quando finalmente foi agendada essa audiência, a gente se preparou psicologicamente para isso, se preparou para reviver tudo o que aconteceu. Você vai buscando nas suas memórias aquelas lembranças que, com o passar do tempo, tenta obstruir. O que queremos é justiça, isso vai além de qualquer valor financeiro”, asseverou a mãe da vítima de estupro acontecido em 2010, quando soube do adiamento da audiência de instrução sobre o caso.

A audiência deveria ter acontecido na quarta-feira (24) e foi adiada para junho porque o advogado de uma das partes envolvidas no processo que investiga o caso saiu do processo e não comunicou a cliente. Diante disso, o juiz reagendou a audiência para junho e deu um prazo para a parte constituir novo advogado que lhe defenda.

A adolescente, na época com 14 anos, foi estuprada durante uma festa de aniversário no Ipanema Clube. O crime aconteceu em maio de 2010. Como o estuprador não foi identificado até hoje, estão sendo processados os organizadores do evento, o clube e a empresa de atendentes que servia bebidas aos convidados.

“Além de não conseguirmos identificar o autor do crime e o inquérito ficou sem solução, também não obtivemos ajuda das outras partes envolvidas para que a gente conseguisse chegar mais longe nessa investigação. E até por conta da falta de assistência. Não nos restou mais nada a não ser uma ação cível para obter, pelo menos, o sentimento de alguma justiça com tudo isso que aconteceu”, diz entristecida a mãe.

Segundo a advogada da vítima, Sheila D. Rosa Santos são responsabilizados no caso os pais da aniversariante que fazia o baile de debutantes na época e por terem em sua guarda a menor que sofreu a violência, o Ipanema Clube, pela falta de segurança e a empresa que forneceu bebidas a menores de idade. Foi justamente o advogado dessa empresa que pediu a renúncia do caso, negada pelo juiz Emerson Tadeu Pires de Carvalho em março de 2023.

Sobre o caso
Nas investigações, a Polícia Civil apontou que o suspeito de cometer o estupro trabalhava numa empresa contratada para realizar a festa. A vítima era uma das melhores amigas da aniversariante e procurava por seu celular, que havia perdido, quando foi atacada por um homem dentro de um banheiro próximo ao palco do espaço.

A garota chegou a gritar por ajuda, mas por conta da música alta da festa não conseguiu ser ouvida. Durante o estupro, a adolescente foi agredida e ferida, chegando ter uma laceração nos órgãos genitais de cerca de 3 centímetros, segundo o apurado em exame de corpo de delito. Por conta da gravidade do ferimento, ela teve de passar por cirurgia reparadora no Hospital Regional.

A advogada disse que, ao ler os depoimentos na delegacia, ficou em choque ao ver que a mãe da aniversariante, que era como uma segunda mãe para a garota agredida, denegria a imagem dela com coisas tipo ‘estava bêbada, ela disse q ficou com quatro etc.’, criticou.

Leia também:

>>> Após 14 anos, estupro de adolescente tem primeira audiência

mais
sobre
estupro IPANEMA CLUBE violência sexual
LEIA
+