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Prefeito Manga vira réu e tem bens bloqueados; vereadores aumentam salário

Governo Manga foi pródigo em notícias negativas no ano. Ao todo, Portal Porque publicou mais de 4 mil reportagens em 2023

Fábio Jammal Makhoul (Portal Porque)

O Governo Manga produziu muitas notícias negativas em 2023. Foto: Prefeitura de Sorocaba/Divulgação

Nas suas redes sociais, Rodrigo Manga é o melhor prefeito do Brasil e Sorocaba está se transformando na melhor cidade do país para se viver. Na vida real, o ano de 2023 foi bem diferente do marketing que Manga tentou vender. Nos últimos meses, o prefeito se tornou réu por corrupção, teve seus bens bloqueados pela Justiça e novos escândalos vieram à tona. Como se não bastasse, a Prefeitura está quebrada e encerra o ano devendo para funcionários e fornecedores.

No Legislativo, a situação não foi muito diferente. Os vereadores sorocabanos se envolveram numa série de polêmicas, sendo a maior delas a autoconcessão do reajuste salarial de 52% e a criação do 13º, além de abertura de mais cinco vagas de vereador para a próxima legislatura.

Réu por corrupção

No dia 22 de maio, a Justiça decretou o bloqueio dos bens do prefeito Rodrigo Manga e o afastamento do secretário de Educação, Márcio Bortolli Carrara, por suspeita de compra superfaturada dos 30 mil kits de robótica por R$ 26,3 milhões no final de 2021 (leia mais). Segundo a acusação, cada kit custou R$ 740, enquanto o preço no mercado variava de R$ 14 a R$ 29 a unidade de produtos similares.

Além dos kits de robótica, Manga também é alvo da Justiça pelas compras dos kits de CDs do Palavra Cantada e dos kits de educação financeira, ambos com suspeita de superfaturamento. Ainda na área da educação, a Justiça está prestes a dar sua sentença no caso da aquisição do prédio para abrigar a Secretaria, comprado por R$ 30 milhões, enquanto o preço de mercado é de R$ 20 milhões, segundo o MP.

Por conta desses casos, o Ministério Público considerou, em novembro, que a Secretaria de Educação de Sorocaba “tornou-se um gueto da ilicitude e o condutor do dinheiro público para o bolso de particulares” (leia mais).

Mais escândalos
Embora tenha passado 2023 enrolado na Justiça com problemas de anos anteriores, o Governo Manga continuou gerando novos escândalos ao longo dos últimos doze meses. Logo no início do ano, o MP abriu inquérito para apurar a participação do prefeito nos atos golpistas que tentaram barrar a posse de Lula (leia mais).

Também no começo do ano, o secretário e Habitação e Regulação Fundiária do governo Manga, Tiago da Guia Oliveira, foi suspenso por vinte dias de suas atividades, sob a suspeita de conceder alvarás irregulares para a venda indevida de terrenos públicos no bairro Vila Barão (leia mais). Apesar da própria Secretaria Jurídica da Prefeitura decidir pelo afastamento, o secretário logo voltou ao cargo.

Manga ainda teve, em 2023, o contrato de gestão da UPA do Éden – fechado sem licitação num valor 40% maior que o anterior – considerado irregular pelo Tribunal de Contas do Estado do Estado (leia mais), teve 542 cargos de confiança criados por ele na Prefeitura cancelados pela Justiça (leia mais) e terminou o ano com seu governo envolvido na Operação Sépsis da Polícia Federal, que revelou um esquema de corrupção da UPA do Éden, envolvendo membros do seu primeiro escalão, como o ex-secretário de Saúde, Vínícius Rodrigues (leia mais).

O Portal Porque também fez uma série de denúncias ao longo do ano: contratos de R$ 83 milhões feitos sem licitação, contratação suspeita da gestora da UPH da Zona Norte, licitação de remédios com regras que multiplicaram o preço dos produtos, contrato milionário sem licitação para limpeza dos terminais, esquema de contratos envolvendo diretor da Urbes e descumprimento de TAC sobre o trabalho infantil, entre outros escândalos.

O Porque também denunciou que a Prefeitura está com as contas quebradas, o que já resultou em calotes nos funcionários, no Hospital Santa Lucinda, na Santa Casa, na empresa de transporte de ônibus, em fornecedores, em entidades e em várias outras áreas. Apesar da crise financeira, Manga se recusou a prestar informações aos vereadores e aprovou um orçamento claramente falso para 2024.

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