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Vereadora pede CPI e MP abre investigação sobre esquema de R$ 32 mi entre Manga e família Hial

Iara Bernardi pediu abertura de CPI na Câmara; Ministério Público se prontificou a apurar o caso, que pode envolver tráfico de influência e improbidade administrativa

Paulo Andrade (Portal Porque)

Ligação suspeita do Governo Manga com a família Hial envolve contratos que chegam a R$ 32 milhões. Foto: Reprodução TV TEM

Após a reportagem da TV TEM na noite de ontem, vereadoras da oposição e o Ministério Público se comprometeram nesta sexta-feira (22) a investigar o aparente esquema milionário entre o governo de Rodrigo Manga (Republicanos) e as empresas de familiares de Jorge Hial, conhecido como Tupã, diretor da Urbes.

Iara Bernadi (PT) propôs nesta sexta (22) a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar o caso. “Há possíveis violações gravíssimas ao serviço público municipal, causados por advocacia administrativa, tráfico de influência e improbidade administrativa”, afirma.

Ainda de acordo com Iara, a Organização Social Antônio José da Guarda (AJG) possui inúmeros contratos com o Poder Público e tem como diretora, Camila Campoi Pagliato Hial, esposa de Jorge Hial Neto, que é filho do diretor de trânsito da Urbes, Jorge Domingos Hial, com Vera Conte Hial.

“A família Hial possui vínculo estreito com empresas que prestam serviços diretamente com a municipalidade, como Brita Forte e Fun Ville, registradas no nome de Vera Conte Hial, esposa do diretor da Urbes; e indiretamente com a Tulum Entretenimentos, registrada no mesmo endereço das empresas Brita Forte e Fun Ville, o que evidencia uma possível advocacia administrativa e tráfico de influência do núcleo Hial e improbidade administrativa dos gestores municipais”, denuncia Iara.

Fernanda e MP

Já a vereadora Fernanda Garcia (Psol) comenta que “após ser nomeado na Urbes pelo prefeito, as empresas ligadas a Jorge fecharam R$ 32 milhões em contratos com o Poder Público, em diversas áreas de atuação e com dispensa de licitação. Inadmissível! Nosso mandato vai tomar providências para investigar o caso”.

O Ministério Público (MP) também se manifestou nesta sexta-feira (22) e afirmou que vai abrir investigação para apurar a suspeita de um esquema milionário envolvendo a prefeitura e as empresas ligadas ao Jorge Tupã, indicado pelo governo a cargos comissionados na Urbes, que é empresa pública que presta serviços nas áreas de transporte ao município.

Ligação desde 2021

A ligação entre a família Hial e a Prefeitura começou em janeiro de 2021, quando Manga tomou posse como prefeito. Jorge Domingos Hial, o Tupã, foi nomeado coordenador especial da Urbes. Seis meses depois, foi promovido para o cargo de diretor de trânsito, que ocupa até hoje. Desde o início da atual administração, as empresas e entidades ligadas à família Hial somaram 17 contratos diretos com a Prefeitura de Sorocaba, além de prestações de serviço indiretas.

Irregularidades anunciadas

A AJG, citada por Iara, foi tema de uma reportagem do Porque no final de agosto, sobre ela, contratada pela Prefeitura, enviar trabalhadores sem nenhum preparo para cuidar de crianças com necessidades especiais nas escolas municipais e creches de Sorocaba. O resultado é que os estudantes são xingados, humilhados e tratados aos gritos, de acordo com denúncias recebidas pelo portal (clique aqui).

A empresa Rocha Forte, também envolvida no escândalo de R$ 32 milhões, cuja proprietária é a esposa de Tupã, Vera Conte Hial, foi personagem de matéria de reportagem do Porque em junho deste ano. A matéria tratava do despejo diário de milhares de litros de esgoto asem qualquer tratamento diretamente no córrego Itanguá, um dos principais afluentes do rio Sorocaba, com autorização do Saae, autarquia ligada à Prefeitura (clique aqui)

Entre os serviços prestados pelas empresas da família Hial à Prefeitura estão: pintura de viadutos; pintura do estádio Walter Ribeiro (CIC); fornecimento de material; manutenção de estradas; pintura de grades manutenção nos terminais São Paulo e Santo Antônio; gestão e atendimento complementar ao estudante com deficiência; transporte de produtos; despejo de esgoto.

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