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Vereadores de Manga encerram CPI da Família Hial na surdina e provocam briga com a oposição

Fernanda Garcia acusou a CPI de não ter feito oitivas e reuniões, enquanto Caio Oliveira disse que as declarações eram 'mentirosas' e que a vereadora estava 'mal assessorada'; de qualquer forma, ninguém sabe o conteúdo do relatório final

Wilma Antunes (Portal Porque)

Caio Oliveira e Fernanda Garcia, vereadores de Sorocaba, usaram o fim da sessão para discutir sobre o arquivamento da CPI. Foto: Wilma Antunes/Portal Porque

A sessão da Câmara Municipal de Sorocaba desta terça-feira (23) tinha tudo para ser tranquila, com pautas menos relevantes em debate. Contudo, o questionamento sobre a negligência dos membros da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) encarregada de investigar os contratos milionários entre a Prefeitura e a Família Hial, levantado por Fernanda Garcia (Psol), gerou desconforto entre os parlamentares governistas. As trocas de acusações não se limitaram à tribuna e se estenderam também à galeria da Casa de Leis.

Fernanda demonstrou sua indignação com o “arquivamento” da CPI que investigava os contratos entre a Urbes, empresa pública responsável pelo trânsito e transporte da cidade, e a família de Jorge Domingos Hial, ex-diretor da autarquia. Segundo a vereadora, a comissão não teria ouvido depoimentos e nem seguido os procedimentos padrão de uma investigação. Caio Oliveira (Republicanos), que foi membro da comissão, utilizou seu tempo para rebater Fernanda, negando suas acusações e afirmando que a CPI conduziu as oitivas e enviou o relatório final ao departamento jurídico da Câmara. Seja como for, ninguém sabe o resultado da CPI.

“Os vereadores estão protegendo o prefeito [Rodrigo Manga], não investigam os contratos denunciados. Não permitiram a participação das vereadoras [Fernanda e Iara Bernardi] na CPI. Ninguém conhece as conclusões, uma comissão falsa, é evidente. É importante que o relatório da CPI seja entregue à Mesa Diretora, é obrigação da CPI fazê-lo. Estávamos certas quando levantamos esse assunto para discussão, mas os vereadores membros da CPI não cumpriram sua função de fiscalizar. Uma vergonha para a Casa!”, disse Fernanda.

Caio acusou Fernanda de basear seu discurso em “achismos” e “mentiras”, sugerindo que ela estava “mal assessorada”, já que, segundo ele, as oitivas e reuniões teriam sido realizadas conforme o previsto. Ele também insinuou que a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar poderia tomar medidas contra a vereadora por suas falas na tribuna do Legislativo.

“Tudo foi feito dentro do prazo, encaminhado para as devidas instâncias. Faça uma pesquisa aprofundada, coloque uma assessoria boa para ir atrás, que você vai ver. Quem tinha que estar lá [nas reuniões], estava. Eu não vou ficar dando palco para gente que está usando a tribuna para mentir”, declarou Caio.

Em um tom menos moderado (para não dizer mal educado), Cristiano Passos (Republicanos), que atuou por um mês como secretário de Esportes e Qualidade de Vida, criticou Fernanda e Iara Bernardi (PT) por falta de habilidade política, afirmando que elas não conseguem aprovar nem um “feliz aniversário” na Câmara.

Vinicíus Aith (Republicanos), ao perceber o aumento da tensão, foi até o plenário para garantir seu corte no Instagram. Ele sugeriu que Fernanda poderia estar preocupada com a possibilidade de alguém do Psol tomar seu lugar, uma clara referência ao ex-vereador e ex-deputado Raul Marcelo. Nesse ponto da discussão, duas pessoas presentes na galeria da Câmara intervieram.

O pré-candidato a vereador Aparecido Chagas (Psol) e a voluntária da Capela João de Camargo, Denise de Camargo, falaram sobre as contas bloqueadas do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) e pediram aos parlamentares que retomassem a discussão sobre os projetos. Chagas provocou Aith, dizendo que a atual legislatura é a pior da história da cidade. O vereador iniciou um breve bate-boca, mas logo desistiu do assunto.

Aprovados
Antes dessa discussão, durante a sessão, foi aprovado em segunda discussão a “Política de Apoio à Saúde Mental” proposta pelo vereador Hélio Brasileiro (PRD). O objetivo é conscientizar sobre a importância da saúde mental no ambiente escolar e de trabalho, além de oferecer programas de formação e suporte psicológico.

Também em segunda discussão, foi aprovado projeto do vereador João Donizeti Silvestre (União Brasil), que fecha a rua sem saída Alameda Wyda, na zona industrial de Sorocaba, para veículos estranhos aos moradores.

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