O feriado internacional do 1º de maio, Dia do Trabalhador, será celebrado em Campinas com a concentração marcada para às 8h no Largo do Pará, com caminhada às 8h30 em direção à Catedral Metropolitana, onde ocorrerá uma Missa especial em homenagem à classe trabalhadora marcada para às 9h. A organização do ato é das centrais sindicais. Neste ano, os trabalhadores reivindicam pautas importantes como a revogação da Reforma Trabalhista e da Previdência, pelo fim do Arcabouço Fiscal, pela demarcação das Terras Indígenas e Quilombolas, pela Reforma Agrária e pela Paz na Palestina.
“O ato das centrais sindicais no 1º de Maio será um dia de celebração, reflexão e reivindicações da classe trabalhadora. Um marco da luta por direitos e da organização de classe”, afirmou nota das centrais sindicais.
Origens do 1º de maio
O 1º de maio se tornou um feriado em que as pessoas aproveitam para descansar, mas poucos conhecem a história de luta por trás da data. Segundo o historiador e professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco e membro permanente da Pós-Graduação de História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), José Marques, este marco remete à uma grande Greve Geral que aconteceu em Chicago, nos Estados Unidos em 1886, e que acabou por se estender por outros estados norte-americanos com uma reivindicação central: a diminuição da jornada de trabalho.
O movimento foi duramente reprimido e virou comoção internacional. “Esse não foi a primeira greve respondida com violência, mas acabou se tornando mais emblemática. Quando Marx falou aquela célebre frase ‘trabalhadores de todo o mundo, uni-vos’, ele quis justamente enfatizar essa dimensão global e mundial da exploração”. Sendo então uma opressão compartilhada por todos os trabalhadores, a data se torna um símbolo para marcar uma luta de reivindicações de trabalhadores e trabalhadoras que é diária”, explicou o professor.
No Brasil, o 1º de maio se tornou feriado nacional em 1924, com o presidente Arthur Bernardes. “Quando Getúlio Vargas assumiu o poder, ele atribuiu um outro sentido à data. Ela foi transformada em um dia de celebração ou um dia de festa do trabalho; usada como propaganda getulista, a data passou a ser utilizada tradicionalmente como dia para conceder aumentos salariais. Isso foi uma forma sutil de domínio dos trabalhadores e Vargas acabou se colocando como alguém que concedia direitos”.
José destacou, ainda, a importância da luta e da mobilização coletiva na garantia dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. “É necessário manter as utopias. São elas que movem o mundo, nenhum direito foi conquistado sem elas. Sem elas, nos colocamos em um campo de inércia e de perplexidade grande”.
1º de Maio em Campinas
Local: Concentração Largo Pará (Centro – Campinas)
Hora: 8h
*** Com informação do Brasil de Fato