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Sorocabanos acumulam mais de R$ 1,6 bilhão em dívidas

Cidade conta com mais de um milhão de dívidas registradas para 249 mil pessoas inadimplentes. Programa Desenrola Brasil é uma opção para quem precisa colocar as contas em dia, com prazo final para adesão em 20 de maio

Maiara Beatriz (Portal Porque)

Brasil conta com 72,89 milhões de pessoas em situação de inadimplência, conforme o Serasa. Foto: José Cruz/Agência Brasil

Os sorocabanos acumulam juntos mais de R$ 1,6 bilhão em dívidas. De acordo com dados do Serasa, referentes a março deste ano, a cidade conta com 1.029.279 dívidas registradas para 249.470 pessoas inadimplentes. O valor total de endividamentos representa aumento de cerca de R$ 100 milhões em comparação a setembro do ano passado, quando o Portal Porque publicou reportagem revelando que os moradores já deviam cerca de R$ 1,5 bilhão.

O Brasil conta com 72,89 milhões de pessoas em situação de inadimplência, ainda de acordo com dados de março do Serasa. O número representa aumento de 855 mil em relação ao mês de fevereiro, período em que as dívidas estavam em 72,04 milhões. No Estado de São Paulo, os segmentos em que as pessoas mais se endividam são os de serviços essenciais, como água, gás e energia elétrica (30,24%), além de bancos e cartões de crédito (28,94%). O percentual de inadimplência com serviços de mão de obra fica em 9,35%, o de varejo em 6,05% e o de telefonia em 2,98%.

A analista financeira Bianca Peres está na parcela da população que se enrolou com o cartão de crédito, além de pesar nas despesas mensais o financiamento de uma moto e de um apartamento. “Cartões de crédito são mais frequentes, né? Esses estão todos no limite, nem uso mais, pois foram só me enforcando com o tempo a ponto de levar meu nome ao SPC [Serviço de Proteção ao Crédito]”, conta.

Ela diz que colocou como prioridade quitar os financiamentos antes de resolver as dívidas do cartão. “Como financiei um apartamento na planta, existem taxas todo mês a serem pagas que só aumentam conforme o tempo e, por causa dessas taxas, acabou não dando para pagar as dívidas dos cartões”, explica a consumidora.

A dona de casa Carmen Silvia Gonçalves da Silva também se enrolou com dívidas depois de fechar uma lanchonete pela falta de retorno financeiro. Após se desfazer do empreendimento, ela não pagou uma dívida de R$ 300 feita em um supermercado, o que resultou em acréscimo de juros com o passar do tempo, elevando a dívida para quase R$ 4 mil. Segundo ela, de tempos em tempos, a empresa financeira enviava boletos com números cada vez maiores.

“Foi passando mais um tempo, às vezes mais uns dois, três meses, eles mandavam outro boleto, às vezes com umas três opções para quitar a dívida, né? Só que ainda assim eram parcelas meio altas”, revela a dona de casa. Por fim, após cerca de três anos, ela conseguiu renegociar a dívida com a financeira, pagando um valor semelhante à compra inicial.

Desenrola
O programa federal Desenrola Brasil é uma alternativa para quem deseja limpar o nome. Criada em 7 de julho de 2023, a iniciativa ajuda a população na renegociação de dívidas. O prazo para participar da faixa 1 do programa foi prorrogado para o dia 20 de maio.

Esta faixa é destinada a pessoas com renda de até dois salários mínimos ou inscritas no CadÚnico (Cadastro Único) do Governo Federal. As dívidas renegociadas por esta etapa são de até R$ 20 mil. De acordo com o Serasa, são oferecidos descontos de até 96% e parcelamento de até 60 vezes (com juros de 1,99% ao mês) no pagamento de dívidas que tenham sido negativadas de 2019 a 31 de dezembro de 2022.

As pessoas inadimplentes só poderão aderir ao Desenrola Brasil pela plataforma digital gov.br, com certificados prata ou ouro, por meio do qual poderão escolher o agente financeiro, as dívidas para renegociação e a forma de parcelamento.

*Com informações da Agência Brasil

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