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Perto do limite, CBA acredita poder evitar que água passe pelos arcos da represa

Empresa reitera que não existe risco estrutural para a barragem; nível do reservatório está em 823,14 m, próximo do limite de 823,83 m

José Carlos Fineis (Portal Porque)

CBA monitora a barragem para evitar que a água passe pelos arcos superiores, quando não haveria forma de controlar o volume de vazão. Foto: Fernanda Ikedo

Apesar do volume elevado de chuvas e do nível do reservatório próximo do limite, a CBA (Companhia Brasileira de Alumínio), que administra a Usina Hidrelétrica (UHE) de Itupararanga, acredita que conseguirá evitar o vertimento de água pelos arcos da barragem – situação considerada normal, mas na qual não é possível controlar a quantidade de água que passa do reservatório para o rio Sorocaba.

Nesta segunda-feira, o volume útil do reservatório era de 90,86% e o nível da barragem estava em 823,14 m, muito próximo do limite, que é de 823,83 m. Entretanto, de acordo com informações da assessoria de imprensa da CBA ao Portal Porque, a empresa acredita que, mantendo a vazão atual de 30 m3/s (metros cúbicos por segundo), o limite não será atingido.

Segundo o comunicado, a companhia controla a gestão da vazão defluente (água liberada para o rio) para evitar que ocorra o vertimento, que é quando a água escorre livremente pelos arcos localizados no alto da barragem. O controle é obtido, basicamente, mantendo-se a vazão em torno de 30 m3/s (metros cúbicos por segundo) “de forma constante, conforme regra operativa vigente”.

“De acordo com as previsões climáticas atualizadas – prossegue a CBA –, mantendo a defluência nestes valores, até o final do mês de fevereiro não há previsão de atingir a cota de vertimento.”

A CBA destacou a importância de administrar a vazão defluente em 30 m3/s (metros cúbicos por segundo), lembrando que o nível do reservatório tem subido rapidamente. Nos últimos dias, com as chuvas intensas, o nível subiu mais de 30 centímetros. Nesta segunda-feira, ainda faltavam 69 centímetros para que a água atingisse os vertedouros.

O efeito de vertimento, ressalta a companhia, é uma ação normal da barragem, e não representa riscos estruturais para a represa.

Apesar de não oferecer perigo para a barragem, essa não é uma condição desejada, uma vez que, nessa hipótese, a empresa “não tem o controle da quantidade de água que é defluída no rio Sorocaba, pois a vazão defluente passa a ser a mesma da vazão afluente (em termos práticos: a mesma quantidade de água que entra no reservatório é a mesma que sai)”.

O comunicado da CBA enfatiza, ainda, que o reservatório é monitorado ininterruptamente, de acordo com diretrizes do Comitê de Bacia do Rio Sorocaba e Médio Tietê, do qual participam diversos órgãos públicos – entre eles, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Sorocaba.

“A Companhia reitera que possui um centro de monitoramento que faz a gestão e o controle do reservatório 24h/dia e que a barragem da UHE Itupararanga está segura e não há risco de rompimento, e lembra que todas as medidas tomadas atendem a regra operativa vigente e acordada por todos os membros do Comitê de Bacia do Rio Sorocaba e Médio Tietê (Saae de Sorocaba, Águas de Votorantim, Sabesp, Daee, Cetesb, representantes do executivo de Alumínio, Votorantim e Sorocaba, Instituto Florestal, Gaema, CBA, além de Universidades e ONGs).”

A vazão de 30 m3/s (equivalente a uma piscina olímpica a cada 84 segundos) não representa a totalidade do volume total do rio Sorocaba, que recebe, a jusante da barragem, também a água dos córregos e das chuvas.

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