Prefeito Rodrigo Manga, de Sorocaba, processou o ex-deputado e ex-vereador Raul Marcelo por calúnia, injúria e difamação. Foto: Reprodução
O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), parece estar colecionando processos (e derrotas) judiciais como se fossem figurinhas num álbum. Depois de ter sua queixa-crime contra o Portal Porque arquivada pela Justiça, Manga agora teve mais um revés judicial, desta vez vinda do ex-deputado e ex-vereador Raul Marcelo (Psol). O motivo dessa situação são as publicações de Raul, que transformaram manchetes jornalísticas em provocações digitais direcionadas ao chefe do Executivo municipal.
Em um primeiro momento, a estratégia de Manga funcionou. Em dezembro de 2023, a Justiça ordenou que Raul removesse de suas redes sociais as publicações contendo críticas “odiosas ou ofensivas” ao prefeito. Essa medida veio após uma queixa-crime protocolada por Manga em outubro do mesmo ano, acusando Raul de calúnia, injúria e difamação.
No entanto, a vitória de Manga foi efêmera. Na última terça-feira (23), Raul foi absolvido de todas as acusações feitas pelo prefeito. A decisão veio pelas mãos da juíza Daniella Camberlingo Querobim, da 3ª Vara Criminal do Foro de Sorocaba, que destacou a falta de intenção deliberada por parte de Raul em caluniar, difamar ou injuriar Manga ao alterar os títulos das publicações. Vale ressaltar que em todas as vezes que Raul mexeu nos títulos, ele indicou o link da matéria original.
“Importante acrescentar que a realização de charges políticas para expressão de situações complexas é muito comum em jornais de grandes circulação e, como as charges criadas pelo querelado apenas simbolizaram críticas políticas, conforme fundamentado acima, não podem ser consideradas como objeto de crimes contra a honra”, diz trecho do processo.
Em seus canais oficiais, Raul não perdeu a oportunidade de alfinetar Manga, afirmando que esse processo judicial parecia ser uma tentativa de “calar a oposição em relação aos inúmeros escândalos políticos envolvendo o governo de Manga”.
O partido da mulher (que quase não tem mulher)
Se há algo que desafia a lógica – ou não – é a escassez de representação feminina nos diretórios municipais do PMB (Partido da Mulher Brasileira). Um exemplo gritante disso é o diretório em Votorantim, que se tornou motivo de piada entre os internautas após uma foto de uma reunião realizada na quarta-feira (24) circular pelas redes sociais.
O que mais chamou a atenção foi o fato de que, dentre as nove pessoas presentes na foto, apenas duas eram mulheres. Segundo uma publicação de um dos filiados do partido, a reunião foi voltada para os pré-candidatos à Câmara de Votorantim, contando ainda com a participação do vereador Mauro dos Materiais (PL).
Porém, o PMB não escapou ileso de trocadilhos infames. Alguns sugerem que a sigla PMB, na verdade, deveria significar “Partido do Macho Brasileiro”, dada a notória ausência de representação feminina, inclusive na presidência do diretório municipal, atualmente ocupada por Adriano Fernandes.
Apenas duas mulheres participaram da reunião do Partido da Mulher Brasileira em Votorantim. Foto: Reprodução
PSDB não descarta candidato próprio
O clima entre Manga e o deputado estadual e presidente do diretório municipal do PL, Danilo Balas, já estava longe de ser amistoso. Mas, como diz a Lei de Murphy, nada é tão ruim que não possa piorar. E piorou mesmo. Balas anunciou oficialmente sua pré-candidatura à Prefeitura de Sorocaba na noite de sexta-feira (26), confirmando todos os rumores sobre o racha entre PL e Republicanos. E ainda há o risco de o PSDB entrar na disputa ou optar por apoiar o PL.
Ambos declaradamente bolsonaristas, a pré-candidatura de Balas certamente causa preocupação em Manga, já que pode resultar na divisão de parte de seu eleitorado, especialmente nas igrejas evangélicas, onde o deputado federal Jefferson Campos (PL) e o deputado estadual Carlos Cezar (PL) exercem grande influência.
Enquanto isso, o PSDB, que dominou a política local por duas décadas, não descarta lançar sua própria candidatura. Durante o programa de entrevistas ao vivo “20 Minutos (ou mais) com Porque” da semana passada, Luiz Salmeron, uma das principais lideranças tucanas, revelou que a ausência de uma candidatura majoritária do partido poderia prejudicar a chapa devido ao voto da legenda (aquele destinado somente ao partido, e não a um candidato específico). Quanto aos possíveis candidatos à Prefeitura, Salmeron preferiu manter o suspense, não confirmando nem negando nada. (Assista no Youtube)
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