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O que está sendo feito para prevenir enchentes? Prefeitura de Sorocaba não responde

Dos 31 bairros com algum tipo de vulnerabilidade por conta das chuvas, somente 12 deles receberam alguma intervenção

Fabiana Blazeck Sorrilha (Portal Porque)

Verão de 2023 foi marcado por enchentes nas avenidas Dom Aguirre, Juvenal de Campos e alagamentos em ruas do Jardim Faculdade. Foto: Marcelo Macaus/Portal Porque

Em março deste ano, o Portal Porque divulgou 88 áreas vulneráveis de Sorocaba que sofrem rotineiramente com alagamentos, deslizamentos ou enchentes. Na época, o cenário era de chuvas acima da média e muitos transtornos para a população por conta de vias bloqueadas e áreas completamente tomadas pela água. Passados sete meses desse período, e com previsões de um verão sob o efeito do El Niño, com muita chuva prevista para Sorocaba e Região, o assunto volta à pauta: o que a Prefeitura fez ou fará para amenizar os problemas causados pelas chuvas de verão?

A Prefeitura foi questionada sobre como pretende agir e, até o fechamento dessa matéria, não se posicionou, como faz rotineiramente com o Portal Porque. De acordo com o levantamento feito pelo portal, são 168 áreas de risco em Sorocaba que podem sofrer alagamentos, inundações ou deslizamentos e afetar pessoas, animais domésticos e o cotidiano da cidade.

As vias apontadas como áreas de risco durante as chuvas, que se repetem praticamente todos os anos,  estão nos bairros: Abaeté, Assis, Astúrias, Barcelona, Brigadeiro Tobias, Campolim, Carvalho, Central Parque, Centro, Éden, Esmeralda, Faculdade, Guadalupe, Jardini, Maria do Carmo, Marli/Itapemirim, Matilde, Mineirão, Pelegrino II, Pinheiros, Vergueiro, Piratininga, Refúgio, Retiro São João, Santa Rosália, Santo André, São Bento II, São João, Simus e Vitória Régia II e III.

Na lista de locais que podem sofrer inundações estão cinco ruas do Jardim Abaeté, uma rua da Vila Assis, uma rua da Vila Astúrias, duas ruas do Barcelona, duas ruas em Brigadeiro Tobias, uma rua na Vila dos Dálmatas, uma rua no Parque Esmeralda, uma rua no Jardim Faculdade, uma rua no Genebra, uma rua no Itanguá, duas ruas no Jardim Matilde/Itapemirim, duas ruas no Mineirão, três ruas no Jardim Peregrino II, uma rua no Pinheiros, cinco ruas no Jardim Santo André, nove ruas no Parque São Bento II, seis ruas no Vitória Régia II e outras sete ruas no Vitória Régia III.

De todos esses locais, a Prefeitura divulgou em seu site, até o momento, que interveio no Jardim Piratininga, no Jardim Marli, no Jardim Mathilde e no bairro Ipanema do Meio, com a troca de travessias sobre córregos a fim de aumentar a vazão das águas de chuvas. Também informou que fez a implantação de nova rede de drenagem no Éden, readequação de sistema de captação de águas pluviais na Vila Haro e no Jardim Sandra, reconstrução de duas pontes, uma na estrada José Ribeiro Leite, de acesso à Araçoiaba da Serra, e outra na Rua Felipe Moisés Betti Filho, no bairro Ipanema do Meio.

A Prefeitura informa ainda que executa a construção dos Reservatórios de Detenção de Cheias (RDCs) do Jardim Maria do Carmo, Parque Vitória Régia e Parque dos Italianos, todos ainda não finalizados, e que faz limpeza em bueiros e roçagem nas margens dos córregos.

Áreas de deslizamentos

Sorocaba também pode sofrer deslizamentos, que ocorrem quando há o escorregamento da terra pela grande quantidade de chuva, que deixa o solo encharcado e fácil de se desprender. Na lista de pontos de risco da Defesa Civil, há 51 locais mapeados. Para esses locais, não há informações se houve algum tipo de melhoria ou intervenção preventiva por parte da Prefeitura.

Os pontos de deslizamentos estão nos seguintes bairros: Abatiá, Aeroporto, Astúrias, dos Morros, Barão, Baronesa, Barcelona, Brigadeiro Tobias, Central Parque, Dálmatas, Esmeralda, Europa, Haro, Hortência, Ipiranga, João Romão I e II, Marco Antonio, Nova Esperança, Refúgio, Sabiá, São João, Simus I e II, Trujillo e Zacarias. A maioria são bairros na periferia da cidade, onde há casas mais humildes e com menos infraestrutura.

Efetividade do desassoreamento do rio Sorocaba

O governo municipal também considera que o desassoreamento do Rio Sorocaba no trecho urbano vai reduzir as cheias em córregos da cidade, especialmente quando houver mais chuvas. No entanto, em entrevista concedida ao Porque, o biólogo e professor Welber Senteio Smith, pesquisador do Rio Sorocaba há 28 anos, disse que as causas das inundações são sua extensa área de várzea.

Dessa forma, em épocas chuvosas o rio transborda ou a chuva se acumula. Exemplos disso: o que ocorre no Parque das Águas e no Vitória Régia. “É um processo natural, mas infelizmente ocupamos todas essas áreas. Aliado a isso, está a impermeabilização do solo que carrega a água da chuva com maior velocidade para as áreas mais baixas, como a avenida Dom Aguirre”, explicou. Smith também considera urgente a necessidade de melhorar a eficiência das ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto), investindo em novas tecnologias e entendendo o rio Sorocaba como patrimônio do município.

Caso a Prefeitura responda aos questionamentos do Portal Porque sobre as medidas que vem adotando para prevenir enchentes, o texto será atualizado…

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