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Motociclistas respondem por 40% das vítimas fatais de trânsito em Sorocaba

Maior parte dos acidentes acontece no perímetro urbano, mesmo com velocidade permitida menor que nas estradas e, principalmente, aos sábados

Fabiana Blazeck Sorrilha (Portal Porque)

Observatório Nacional de Segurança Viária reforça necessidade de educação para o trânsito efetiva para evitar as mortes. Foto: Prefeitura de Sorocaba/Secom

Os motociclistas entre 18 e 24 anos são as maiores vítimas de sinistros de trânsito registrados em Sorocaba, tanto nas vias municipais como nas rodovias, segundo o Infosiga, plataforma estadual que contabiliza a violência no trânsito. Dos 27 mortos no primeiro trimestre deste ano na cidade, onze eram motociclistas, pouco mais de 40% do total de casos fatais. Esses números assustam mais ainda ao se considerar que, de acordo com dados de 2022 do IBGE, as motocicletas representam 18% do total de veículos na cidade. E a maioria desses acidentes acontecem nas noites e madrugadas de sábado, seja no uso no trabalho trabalho seja nos passeios de fim de semana.   

Estatísticas frias
C
erca de 70% dos óbitos de pessoas usando motocicleta acontecem em vias municipais, onde a velocidade é menor que na rodovia. Especialistas acreditam que essa tendência acontece por uma má formação dos condutores dentro das autoescolas e pela falta de investimento em educação para o trânsito. Refletir sobre esses números e as causas dos acidentes é um dos objetivos do Maio Amarelo, campanha mundial que busca alertar para a violência no trânsito.

Fragilidade do motociclista
A vulnerabilidade também é um ponto de atenção e pode ser comprovada pelo perfil de internações de motociclistas vítimas de sinistros de trânsito. Segundo uma análise de 2023 feita pelo CISA (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool), com dados de 2008 a 2018, apenas 10% dos motociclistas internados por conta de sinistros de trânsito recebem alta hospitalar sem prejuízos ou incapacidade.

“Nem sempre o motociclista é o elemento responsável causador daquele acidente. Um carro tem elementos de segurança passiva; a moto não”, diz Tite Simões, jornalista, instrutor de pilotagem de motos com segurança e fundador da Abtrans (Associação Brasileira de Trânsito). Tite explica seu ponto de vista fazendo referência a todas as coisas que envolvem conduzir um veículo. “O motorista tem o cinto de segurança, que lhe protege. Ele pode ajustar o GPS ou o rádio, mexe no celular, pode desviar sua atenção para outras coisas. Isso é segurança passiva. Já o motociclista precisa ter foco o tempo todo. Não tem como se distrair. Isso é segurança ativa. É estar focado o tempo todo. O motociclista precisa estar focado para poder ter uma reação rápida e se livrar de uma ‘fechada’, por exemplo”, fala o jornalista.

“Diante de tantas vidas perdidas são necessárias ações imediatas como a introdução da nova formação do condutor, da educação de trânsito nas escolas de ensino fundamental como um tema transversal, do investimento em fiscalização e infraestrutura viária, pois se temos um Código de Trânsito tão completo, não justifica matarmos tanta gente”, complementa José Aurelio Ramalho, do Observatório Nacional de Segurança Viária.

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