Performance foi registrada em vídeo e divulgada nas redes. Foto: Reprodução
A Prefeitura de Campinas autorizou a realização da festa Bicuda, que ocorreu no último fim de semana em Barão Geraldo, e que tem sido alvo de críticas após uma performance que simulava sexo oral ser realizada no palco. Em nota divulgada pela organização, ela diz que evento foi “devidamente protocolado e apoiado por servidores públicos”. Festa existe desde 2018 e mais de 15 eventos com apoio da Secretaria de Cultura do município já foram realizados. Após repercussão, pasta publicou portaria que institui classificação indicativa para atividades apoiadas por ela.
A cena da performance, divulgada por meio de vídeo nas redes sociais, tem sido usada por opositores para atacar a vereadora do PT Paolla Miguel, por ter destinado recursos de emendas impositivas para realização do evento. Os valores, segundo explicam a vereadora e a organização, foram empregados no apoio estrutural, como banheiros químicos, logística e montagem de palco.
A vereadora afirmou não saber do conteúdo das apresentações. “O evento já estava organizado pelos seus produtores, que são responsáveis pela curadoria, contratação de artistas e pagamento de cachê. Nenhum ente público, nem nosso mandato, nem a Secretaria de Cultura, tiveram conhecimento prévio do conteúdo das apresentações”, afirmou Paolla.
A organização também negou saber o cunho, uma vez que, como explica na nota, “em respeito à liberdade artística dos convidados, a Bicuda não solicita o conteúdo prévio do que será apresentado”, mas que, “no momento em que foi percebido a conduta considerada inadequada para o local, foi solicitado aos artistas que interrompessem o ato”. A nota ainda afirma que a performance “não passou de dois minutos em um evento de oito horas”.
Após a repercussão do caso, a organização da festa e a Secretaria de Cultura estão alinhando a classificação etária para continuação da realização da festa. Uma portaria que que determina a adoção da classificação indicativa em todas as atividades culturais realizadas ou apoiadas pela secretaria também foi publicada na terça-feira (16).
Um pedido de cassação de vereadores contrários também tem sido preparado contra a petista.
Grupos têm convocado um ato antes da sessão da noite desta quarta-feira, na Câmara de Vereadores, para prestar apoio à vereadora.
“Recebemos a informação de que vereadores e agentes políticos da extrema-direita querem tentar abrir um processo de cassação da vereadora Paolla Miguel nesta quarta-feira, às 17:30, na Câmara Municipal. Pedimos a atenção e dedicação de todas as pessoas que se prepararem e mobilizem para irmos em peso à Câmara de Campinas”, diz um dos chamados.
O que diz a Prefeitura
Em nota, a Prefeitura se esquivou de falar sobre a autorização e disse que “a responsabilidade pela exibição de cenas de nudez é do promotor, que não está sujeito à censura prévia, mas que responde pelos seus atos”. Também disse que “a Secretaria de Cultura e Turismo constatou a apresentação pública de cenas de nudez e simulação de sexo, que não haviam sido informadas previamente pela produção do evento”.
